BOLSONARO & A GUERRA DE SECESSÃO NORDESTINA...

Por : Pettersen Filho


Verdade inconteste, muito embora dissimulada, que muitos temem ouvir, ou falar, o Nordeste brasileiro, segundo maior Colégio Eleitoral do Brasil, e terceira região em importância do País, somente superada pelo Sudeste e Sul brasileiros, Fabrica e Celeiro da Nação, afora o novo fenômeno de desenvolvimento do Centro-oeste, com gado e agricultura, é sem duvida Região importantíssima, tanto Socioeconomicamente, quanto Politicamente, na composição do Pacto Federativo, sem o qual a integralidade do Território brasileiro seria dilacerada, desde a Colonização inicial Portuguesa, ganhando importância na exploração do Pau Brasil, primeiro, depois com o Ciclo do Açúcar, ultima atividade econômica importante na Região, cujo declino ainda no final do século XVIII deu lugar a uma população de migrantes, afoitos em fugir da miséria, da fome e da seca, em busca dos grandes centros econômicos do país, São Paulo e Rio de Janeiro, até passado muito recente, em que a nova industrialização, e expansão das atividades econômicas no Brasil, com grandes projetos no Nordeste, mitigaram um pouco tal fenômeno, com fortes subsídios da Sudene, DNOCS, Banco do Nordeste, e outros entes federativos, ainda assim sendo a Região, inegável reduto eleitoral, propicio as praticas do Coronelismo, da Industria da Seca, e do Paternalismo Político, que, ainda assim, foram responsáveis pela Eleição de Lula, 1º e 2º mandato, e Dilma Roussef, 1º, e sobretudo, 2º Mandatos, graças a defecção de Minas Gerais, fundamental a sua Eleição, até que viesse, ora, com a derrocada do tal modelo político, pós Mensalão, Odebrecht e Petrobras, Jair Bolsonaro.

 


Vitoriosa, no entanto, em todos os Estados da Região, da Bahia ao Maranhão, em Estados tão importantes, como a própria Bahia, Pernambuco e Ceará, Estados a que não se pode mais imputar o título de Sociedades meramente Agrárias de subsistência do tipo “Casa Grande Senzala”, ou “Os Sertões”, onde a saga, e o proselitismo Político da Região são dramaticamente retratados, bem como “Vida e Morte Severina”, em contraste com grandes centros urbanos, como Salvador, Recife e Fortaleza, perfeitamente capazes de atrair o fomento regional, já que mediamente industrializadas, detentores de grandes projetos, hoje em dia, que vão da Transposição do São Francisco, até a Ferrovia Norte Sul, também encampados por Jair Bolsonaro, todos Estados regidos pela Esquerda Política, por Partidos como o PT,PSB e até PCB, no entanto, incomodo revanchismo permanece no ambiente político brasileiro, saudosista a Oposição Política Nordestina, com aquilo que outrora sempre fora a sua base de Poder, o Voto de Cabresto, o Repasse de Verbas Carimbadas, o intenso Subsidio Federativo, e sobretudo, o “Toma Lá da Cá”, de outrora, banido por Bolsonaro, o que o torna, diante dos atuais Governadores, um Ente Interventor, diante da Guerra Não-declarada institucional ora vivida no Brasil, entre os que, o único Projeto de Poder é o Retrogrado, do Tipo “Lula Livre”, em confronto com as novas praticas políticas de Bolsonaro, extrapartidárias.


Caminhando o Pais, outrossim, ainda no ritmo das Eleições de 2018, para alguns jamais superadas, ou acabadas, tamanha é a insatisfação de uns para com os outros, que, somente para exemplificar a quanto anda a temperatura, mesmo passados mais de seis meses de Governo, essa semana mesmo, Bolsonaro se viu em apuros, recusado de ser recebido na Bahia, pelo Governador do Estado, execrado no Maranhão, por haver chamado os Nordestinos, em geral, de “Paraíbas”, referindo-se ao Governador “Comunista” do Maranhão, Flavio Dino, como sendo possivelmente o pior deles, tudo igual a 1964, reeditando na memória dos brasileiros a mentira nacional, que hoje todos sabemos ser falácia, que “Comunista comia criancinha...”, na quase declarada Guerra de Secessão Nordestina !?


O pior é que há os que, maldosamente, tanto de um lado, como do outro, querem se aproveitar dessa animosidade intempestiva, em detrimento, até, da integridade e unidade do próprio Brasil...

Pettersen Filho, membro da IWA – International Writers and Artists Association, é advogado militante e assessor jurídico da ABDIC – Associação Brasileira de Defesa do Individuo e da Cidadania, que ora escreve na qualidade de editor do periódico eletrônico “Jornal Grito Cidadão”, sendo a atual crônica sua mera opinião pessoal, não significando necessariamente a posição da Associação, nem do assessor jurídico da ABDIC.